19 outubro, 2011

O Manifesto Ágil

Muito se fala sobre Metodologias Ágeis, agilidade nos processos, agilidade no desenvolvimento de software... mas mesmo dentro de equipes "ágeis" pouco se conversa sobre o Manifesto Ágil.

Acabou que as pessoas estão esquecendo da essência da agilidade, e focando em entregas rápidas (e cada vez mais rápidas), e que não valorizam de fato a ideia que move o Manifesto.

Traduzindo as palavras do Agile Manifesto:

"Estamos descobrindo melhores formas de desenvolver software fazendo e ajudando outros a fazer isso. Ao longo deste trabalho passamos a valorizar:

Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;
Software funcionando mais que documentação abrangente;
Colaboração com o cliente mais que negociação contratual;
Responder à mudança mais que seguir um plano. "

O que significa, que mesmo que haja valor nos itens da direita, valorizamos ainda mais os itens da esquerda."


E acredito que é aqui, logo no começo da coisa que ela é desvirtuada. Quando o manifesto diz que preza isso "mais que" aquilo, não quer dizer que o "mais que" signifique "ao invés de".

Em diversas palestras e seminários que já fui, e também em muito material que o nobre Google me ajuda a encontrar, esse ponto de discussão sempre aparece.

Agilidade não significa deixar de documentar, abandonar os processos de desenvolvimento e pensar em prazos cada vez menores. Pelo contrário! É ter que rever o que está gerando desperdício, eliminar suas causas, e pensar em melhorar as capacidades técnicas para que se consiga entregar um produto que de fato satisfaça as necessidades do cliente, e somente então realizar entregas que tenham valor de negócio. Basicamente a ideia é colaboração, entre a equipe, entre a organização, e também com o cliente.

São somente 12 os princípios que movem o Manifesto Ágil. Simples, diretos e deveriam ser o foco até de quem não concorda em "ser ágil". No próximo post vou comentar sobre eles.

3 comentários:

  1. Muito bom o teu ponto de vista sobre o Manifesto. Também acho que o radicalismo náo nos ajuda a alcançar nossos objetivos nos projetos. Lembro da palestra do Rafael Prikladnicki onde ele fala que só use Agile se tu tiveres um motivo.
    Parabéns pelo Post.
    Leandro Pompermaier

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  2. Letícia,

    Realmente, está acontecendo exatamente o mesmo de quando métodos waterfall ganharam grande uma adoção no mercado. O conceito de ágil está sendo distorcido em prol de uma radicalização desnecessária.

    Hoje em dia, se você não é "ágil", é ruim. Se vc não usa "SCRUM", não é ágil e provavelmente é ruim.

    Se você não tem post-its colados na parede e não faz reuniões em pé, não é ágil e é muito ruim.

    Isso acaba fazendo as pessoas esquecerem do real motivo o qual o Agile Manifesto foi assinado: entregar mais valor às pessoas (tanto as que contratam quando às que prestam o serviço de desenvolver software).

    Para atingir esse objetivo foram propostos vários princípios, inclusive citados pelo seu post.

    Talvez as pessoas critiquem a confecção de documentos em times ágeis pelos mesmos lembrarem os modelos tradicionais, com fases de análise e extensiva documentação. Mas isso não deve ser evitado porque lembra waterfall, e sim porque "tende" a não gerar valor final ao produto (que ainda é e sempre será solução de software), mas nada impede que as pessoas contemplem a criação de documentos em seus backlogs.

    Concordo com o juramento assinado pelos profissionais aqui: http://alistair.cockburn.us/Oath+of+Non-Allegiance

    Muito legal seu post.

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  3. Leandro e Bernardo, obrigada pelos comentários!

    Como vocês bem mencionaram, o radicalismo é o real problema quando surge uma tendência. Ou se faz tudo, ou não se faz nada.

    Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas em conjunto na construção de um "processo" que melhore as entregas dos produtos.

    Fica também valendo o bom senso pra ver qual a forma que facilita o relacionamento com o cliente, para que todos falem a mesma língua.

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